Juvenis: Guimarães 0 - Sporting 3
No jogo que decidia o título nacional, os juvenis do Sporting derrotaram o Vitória de Guimarães por um expressivo 3-0. Os golos foram apontados por Wilson Eduardo (42 e 59 m) e André Sousa (65 m).
Os juvenis sagraram-se assim campeões nacionais, alcançando também o tetracampeonato no escalão.
Muitos parabéns à nossa equipa, que foi uma justa vencedora após um campeonato longo e díficil. Mais uma vez fica provado que não há vencedores por antecipação.
Viva o Sporting!!!
publicada por Susana @ 18:35
8 Comentários
8 Comentários:
Depois da conquista da Taça de Portugal, nos seniores, este é o segundo e último título nacional do futebol leonino na temporada 2006-2007. Desde 2003 que o Sporting conquista títulos no futebol jovem todos os anos. Parabéns!
Tetracampeões!
Lá estive, em Guimarães, como prometera, juntando uma viagem de trabalho ao prazer de ver os nossos miúdos, uma equipa que fui acompanhando e de que sou grande admirador.
Desde logo, o mais impressionante foi a moldura humana que encontrei. Já se sabia que o ambiente seria difícil, tratando-se da massa de adeptos mais ferrenha que conheço em Portugal. Alguns milhares de adeptos, nada que se possa comparar ao público que se desloca à Academia, tornaram este jogo num teste de fogo para a equipa do Sporting (e claro, para a equipa do Vitória, igualmente, mas essa era uma pressão positiva, sendo que a animosidade - muitas vezes extremamente desagradável - era integralmente dirigida à equipa vestida de verde e branco). O facto de o complexo desportivo do Vitória ser muito próximo do centro da cidade e de o clube há muito estar arredado destas discussões, a que se deve acrescentar o sentimento de euforia pela subida à primeira divisão, ajudou ao número inusitado de público.
Foi neste ambiente que a equipa jogou. Começou melhor o Vitória, com o jovem (talvez não tão jovem como o pintam) brasileiro Lucas a sobressair dos restantes em talento, abnegação e confiança, mas com alguns outros elementos (os números 8 - trinco -, 10 e 7 - extremo esquerdo) que não saberia identificar, também em bom plano. Nos primeiros quinze minutos, o Sporting tremeu um bocado, embora não se tenham verificado ocasiões de golo muito flagrantes. A equipa não conseguia sair a jogar do seu meio-campo e estava toda muito recuada, ficando Viana e Wilson Eduardo muito sós na frente. A superioridade da equipa minhota era notória quer na posse de bola, quer nos cantos que ia conquistando.
Pouco-a-pouco, as coisas foram-se equilibrando e o jogo foi sendo jogado mais a meio-campo, com incursões ofensivas de parte a parte, De destacar, já quase a terminar a primeira parte, uma boa oportunidade de golo, protagonizada por Wilson Eduardo, numa diagonal bem característica do nosso ponta de lança, da esquerda para a direita, adiantando-se aos defesas e rematando, já descaído, com força à malha lateral. Intervalo. Nesta altura o resultado jogava a nosso favor e o jogo parecia controlado, mas era necessário marcar para, sem sobressaltos, assegurar o título. Estou convencido que se o Vitória marcasse primeiro, acabava o jogo.
A segunda parte não poderia ter começado melhor. Logo a abrir, uma insistência de Wilson Eduardo na grande área adversária, à mistura com alguma atrapalhação dos defesas centrais vimaranenses, e à segunda o número 9 marca à ponta de lança. Frustração geral nas bancadas e algumas manifestações, tímidas é certo, dos poucos sportinguistas presentes (pelo menos aqueles que tiveram a ousadia de gritarem golo (entre os quais me incluo). Poucos minutos de depois, sucede o lance mais polémico do encontro. Um atraso do nosso defesa esquerdo para o guarda-redes que nem o árbitro nem o fiscal de linha consideram como sendo faltoso (pareceu-me, um pouco longe do lance, que foi efectivamente um atraso propositado, mas não posso jurar). Consequência: arremesso de laranjas ao fiscal de linha e jogo interrompido durante breves minutos.
Não muito mais tarde, o jogo era sentenciado. Passe longo e alto, ou alívio da defesa, não me consigo recordar, a bola bater à frente dos centrais alvinegros e Eduardo, mais uma vez, com raro sentido de oportunidade e inteligência, a adiantar-se aos adversários e a executar um chapéu perfeito ao guarda-redes, que nada podia fazer para o evitar. Cheirava a título, enfim.
A partir de então, e tirando um ou dois lances mais perigosos do vitória, já em desespero de causa, a bola começou enfim a girar e só deu Sporting. Mais um golo, também facilitado pela defesa adversária, após insistência de Diogo Viana, marcado com o pé esquerdo por André Sousa, que entrara, e bem, no início da segunda parte. Até ao fim há a registar um grande remate de Diogo Rosado, do lado direito e com o pé esquerdo, em belo arco, que passou pertíssimo do ângulo da baliza vimaranense. O nosso esteta tudo fez para terminar o campeonato com uma obra de arte, foi por um triz.
Terminado o jogo, o silêncio quase geral das bancadas contrastava com a imensa alegria dos jovens leões, que entoaram cânticos de vitória e repetiram os rituais que tão bem conhecem. São, afinal, uma geração vencedora e que será lembrada, assim o espero, como uma das mais brilhantes da história do nosso clube.
Breves destaques:
Penso que esta é uma equipa muito bem orientada, culta tacticamente, abnegada e resistente. No jogo do título e em ambiente muito adverso (público barulhento, numeroso e colado ao relvado), surgiu muito concentrada, conseguindo suster o ímpeto inicial do adversário e impondo, no decorrer do encontro, o seu melhor e mais consistente jogo. Foi uma equipa madura, que soube sofrer quando disso foi tempo e esperar pelo momento certo para matar o jogo.
Pedro Miranda, o nosso guarda-redes, esteve muito bem, sem nenhuma falha ao longo do encontro, saindo na perfeição aos muitos cruzamentos sobre a área leonina e fazendo, já na segunda parte, uma brilhante defesa em voo a remate deferido à entrada da área. Sempre muito concentrado, nunca respondendo a provocações (e não foram poucas), como aliás nenhum dos seus colegas de equipa. Evitou-se assim cenas como aquela da semana anterior com o guarda-redes do Benfica.
A defesa esteve excelente; muito sólida e coesa, com os dois laterais muito interventivos e os centrais em grande despique com o bombardeiro Lucas. Levaram nitidamente a melhor. Cédric Soares, o mais aventureiro dos nosso laterais, não teve grande produção ofensiva. O jogo obrigou a muito tino defensivo. De referir que, como vem sendo costume, Diogo Amado, o bravo capitão desta equipa, foi o primeiro defensor, desdobrando-se em correrias da esquerda para a direita em ajuda à defesa. Cortando de cabeça, aliviando quando era preciso ou progredindo em tabelinhas logo a partir da nossa área, foi de uma utilidade extraordinária, tudo isto sem cometer muitas faltas.
Como Amado, também André Martins dá muita segurança à equipa. foi o MVP, para usar uma expressão da Susana e do Ricardo. É um jogador raríssimo, de uma entrega e um acerto superlativos. Corta, ganha duelos com os médios adversários, finta, passa, com um sangue frio e uma disponibilidade física inacreditáveis. Foi um gigante! Um dos momentos do jogo foi mesmo uma bola ganha de cabeça a Lucas, que tem quase o dobro da sua altura. Diogo Rosado, o outro elemento do maio campo, não brilhou como é costume, mas esteve sempre muito interventivo e lá para meio da segunda parte o seu futebol de filigrana surgiu enfim. Antes disso, extraviou muitos passes e estancou o jogo com aquela finta a mais que começa a aborrecer um bocado quem está de fora. Nota positiva, apesar de tudo, para um jogador sobredotado que nos dará certamente muitas alegrias. André Sousa, que entrou a substituir o extremo André Gonçalo (se não me engano), discreto como sempre, fez uma boa segunda parte, marcando, como já referímos, o terceiro golo.
A linha atacante foi paciente e mortífera. Wilson Eduardo, com dois golos, esteve em destaque. É um belíssimo ponta de lança. Calmo, focado e frio em frente à baliza. Muito bom jogo, sabendo estar no sítio certo, no momento certo, após ter sido alvo de cerrada marcação durante toda a primeira parte pela dupla de centrais vimaranense. Dos dois dois extremos, destaque para Diogo Viana, outro dos grandes talentos desta equipa. Rápido, geniquento, resistente e talentoso, trabalhou durante o jogo todo e fez o passe para o último golo.
Espero com impaciência e entusiasmo a rendição de muitos dos jogadores da actual equipa de juniores pela nova geração de tetracampeões. Assim Lima saiba perceber o tesouro e a responsabilidade que lhe põem em mãos.
Por último dizer que, mais do que talento futebolístico, são a amizade, a solidariedade em campo com o colega de equipa, o respeito pelo adversário, a serenidade e a concentração, que me fazem ter orgulho nos jovens campeões. Continuarei a levar os meus rapazes à Academia, para que eles partilhem estes ideais.
Com um abraço à Susana e ao Ricardo, aqui fica este apressado contributo. Até para o ano.
Nuno.
Para quando a crónica?
Este blog é excelente. É um dos ( poucos ) mecanismos que tenho para ir sabendo como está a correr a vida ao meu primo que joga por aí.
E, apesar de ser portista, tenho que admitir que é um orgulho vê-lo jogar ( e sair-se bem ) na melhor escola de futebol do país.
Caro Nuno, muito obrigada pela descrição detalhada (e nada apressada) do jogo de Guimarães. Para quem não pode ir, sempre dá para ficar com uma ideia muito aproximada do que lá se passou e viver um pouco do ambiente e das emoções.
Beijinhos e até breve
Caro Eduardo,
Não há nem haverá crónica do Guimarães vs Sporting, uma vez que, infelizmente, não fomos a Guimarães ver o jogo.
Obrigada pelos elogios e continuação de boas leituras por aqui.
alguem me sabe dizer q idd tem o wilson eduardo, o diogo amado, o andre martins e o diogo viana?
Eles são todos de 1990. Têm 17 anos.
hmmm..tinha ideia q fossem mais novos..
obgd ricardo
caro ricardo!!!nem todos tem 17!!!ha alguns que tem 16!!!sao do escalao abaixo...
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